ISDEL

Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local –  ISDEL

O Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local – ISDEL – é o índice do Sebrae Minas que busca representar em termos quantitativos as dimensões do desenvolvimento, tal qual a abordagem DEL, aderente a nosso modo de pensar e atuar territorialmente. O indicador, criado pelo Sebrae Minas, sintetiza dados sobre as cinco dimensões responsáveis por promover o desenvolvimento econômico local.

Objetivo

Permitir a todos os Gestores Públicos e Agentes de Desenvolvimento que olhem para seu território e identifiquem com clareza onde devem ser concentrados os principais esforços para que se faça um Desenvolvimento Social inclusivo, Econômico e Sustentável com uma visão de futuro positivo. ​

  • O índice utiliza 135 indicadores e variáveis de fontes oficiais, divididos nas cinco dimensões do DEL – Capital Empreendedor, Tecido Empresarial, Governança para o Desenvolvimento, Organização Produtiva e Inserção Competitiva.
  • Cada dimensão do ISDEL é formada por sub dimensões de indicadores e cada indicador é formado por variáveis.

A partir do cruzamento destes 30 indicadores de fontes oficiais o ISDEL posiciona os municípios numa escala que varia de 0 até 1. Quanto maior o resultado do Índice, maiores são as condições para o crescimento econômico e social.

A grande vantagem do Indicador é que ele permite comparar municípios que têm portes semelhantes e graus de desenvolvimento diferentes para ver onde que estão as oportunidades e as fragilidades em relação aos fatores de desenvolvimento e assim gerar políticas públicas que são mais objetivas e mais eficientes.

Contagem no ISDEL

 

 

 

Entenda as sub dimensões do Isdel

  • CAPITAL EMPREENDEDOR

Capital Empreendedor é o estoque de capacidades empreendedoras do território, manifestado pela quantidade e qualidade de empreendedores e empresas. Por qualidade das empresas, entende-se fundamentalmente sua competitividade e capacidade de sobrevivência. Esses fatores estão diretamente relacionados ao grau de maturidade de sua gestão em todas as áreas, como no controle financeiro, no planejamento, no controle de estoque, na estratégia, no marketing, na sustentabilidade, na administração dos recursos humanos, na capacidade de inovação etc.

Além dos conhecimentos específicos em administração de empresas daqueles que dirigem os negócios, o nível do capital humano da população, ou seja, a qualificação geral das pessoas, é outro determinante para a qualidade das empresas e dos empreendedores. No ISDEL, seu principal condicionante é a educação, por ter impacto direto sobre a capacidade de adquirir conhecimentos (incluindo aqueles relacionados à gestão de empresas) por parte dos empreendedores e sobre a produtividade dos empregados.

No que tange à quantidade de empresas, a cultura empreendedora influencia positivamente, quaisquer que sejam as condições econômicas conjunturais. Nesse sentido, essa dimensão envolve também a educação empreendedora (no ensino formal e não formal), o comportamento empreendedor, a liderança empresarial e o estímulo à cultura de criação de negócios novos e sustentáveis.

  • TECIDO EMPRESARIAL

O Tecido Empresarial se refere à intensidade e à qualidade das relações empreendedores e seus negócios. É representado pelas redes formais e informais de empreendedores e empresas, que se unem para atuar coletivamente em prol dos seus interesses. Um bom tecido empresarial contribui para a proteção e promoção dos empreendedores e seus negócios e facilita a interlocução com os demais atores do território. Os fatores que determinam o tecido empresarial são: o clima de confiança entre as pessoas, a capacidade associativista e de consenso, o espírito de solidariedade e reciprocidade e os valores éticos.

A formação e o fortalecimento de organizações associativas patronais e empresariais são importantes manifestações do Tecido Empresarial em um território. Por meio delas, seus participantes conseguem atuar sobre forças externas que afetam as empresas individualmente, mas que precisam ser abordadas de forma coletiva, como é o caso das políticas públicas.

  • GOVERNANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO

Segundo o Banco Mundial, são oito as principais características da boa governança: Estado de direito, transparência, responsabilidade, orientação por consenso, igualdade e inclusividade, efetividade e eficiência e prestação de contas. A governança para o desenvolvimento é influenciada pela existência ou não desses fatores no território, e parte da concepção de que a riqueza e a renda não serão melhor distribuídas enquanto não houver distribuição do poder, das oportunidades e do conhecimento.

Na governança para o desenvolvimento, lideranças do poder público, do mercado e da sociedade cooperam para a construção de um projeto consensual de desenvolvimento econômico baseado em uma visão comum de futuro construída de maneira compartilhada, participativa e democrática com toda a comunidade. Se materializará em um grupo de lideranças, constituído de forma paritária e trisetorial, que tem por finalidade: diagnosticar a realidade, definir prioridades, planejar, implementar ações e estabelecer uma instância de decisão e monitoramento para a dinamização das potencialidades e superação dos desafios do desenvolvimento econômico local.

Nesse sentido, pressupõe a existência de lideranças representativas, capazes de gerar um consenso para a criação de planos de desenvolvimento de longo prazo e de acompanhar a execução desses planos. Depende também da capacidade organizativa e de relacionamento em rede dos atores do território na busca de uma visão de futuro comum, em espírito de colaboração e confiança. É influenciada pela presença de instrumentos de liderança e articulação, como agências de desenvolvimento, planos diretores e consórcios (setoriais e regionais).

As estratégias de planejamento e gestão compartilhada, por serem participativas, ampliam o empoderamento (emancipação) da população local, condição necessária para o desenvolvimento sustentável. É importante ressaltar que o desenvolvimento não depende unicamente do setor público e sim forma como se organiza o conjunto dos atores em cada território.

Essa dimensão abrange também a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos visando o desenvolvimento. Dessa forma, a eficiência e eficácia da gestão dos recursos públicos, assim como a disponibilidade de recursos de que o governo dispõe para investir no desenvolvimento afetam o grau de governança para o desenvolvimento do local.

  • ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA

Esta dimensão relaciona-se à forma com que o sistema produtivo se organiza, tanto em termos de sua composição nas atividades econômicas geradoras de renda e riqueza, quanto de todos os fatores que determinam o ambiente de negócios. Em ambos aspectos, o sistema produtivo local combina elementos territoriais que influenciam o funcionamento, o crescimento e a competitividade das empresas do território. É o modelo em que empresas e empreendedores dos diversos setores e segmentos econômicos interagem com as condições do ambiente de negócios para alavancar, fomentar e dinamizar a economia local.

Trata-se do modelo sistêmico em que os diversos setores econômicos se interagem, onde as redes de fornecedores, distribuidores, competidores e clientes utilizam simultaneamente a competividade e a colaboração para alavancar, fomentar e dinamizar a economia local, desde que haja também um ambiente adequado, o qual inclui infraestrutura física, sistema financeiro, fatores tecnológicos, ambientais e político- -regulatórios. Essa dimensão é influenciada pela existência de vocações produtivas evidentes, polos empresariais regionais, centros comerciais, grau de diversificação da economia e outros elementos que determinam a dinâmica econômica territorial. É necessário conhecer as capacidades locais para definir ações para fortalecer e/ou diversificar as vocações do território.

Outra faceta desta dimensão é se o sistema produtivo favorece a sustentabilidade ambiental ou social, ou seja, se é um sistema com a presença de fatores como o emprego de fontes alternativas e limpas de energia, o uso racional e sustentável de recursos hídricos, vegetais e minerais, o apoio diferenciado a negócios com impacto social e o estímulo a modelos econômicos como a economia solidária, a agricultura familiar, a agroecologia e o comércio justo.

  • INSERÇÃO COMPETITIVA

Entende-se a Inserção Competitiva como sendo o conjunto de ações necessárias para que o território se posicione externamente de maneira competitiva, contribuindo para a dinamização de sua economia. Dentre as ações possíveis estão aquelas que estimulam a cooperação técnico-científica, o aumento das relações de comércio exterior, o intercâmbio cultural e social, dentre outras.

O Sebrae Minas acredita que, para maximizar o desenvolvimento econômico local, é necessário posicionar competitivamente o território no mercado regional, nacional e internacional. Esse posicionamento interage em três direções: uma de internalização, onde se busca captar recursos, tecnologias, conhecimentos para ampliar as capacidades do território; outra de complementação, onde se busca estabelecer relações com outros territórios para a superação de desafios comuns; a terceira é de externalização, onde há uma promoção do território apresentando seus valores, suas empresas e suas instituições para o mundo.

As exportações são parte fundamental da inserção competitiva do território, pois possibilitam o ingresso de recursos capazes de contribuir com as estratégias de desenvolvimento econômico e são em grande parte determinantes do posicionamento competitivo na direção de externalização.

Comparativo entre Minas Gerais e os cinco maiores municípios

Fonte

SEBRAE. Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local. Disponível em: <https://www.isdel-sebrae.com/>