Educadores participam de debate sobre ações em prol a população em situação de rua

Especialistas de diversos órgãos e moradores em situação de rua expuseram sobre o tema

Dando sequência aos debates relacionados à “Semana de Enfrentamento e Combate ao Racismo” foi promovido, no Centro Universitário Una, seminário que abordou a igualdade racial trabalhando o tema relacionado a população em situação de rua e as múltiplas faces do racismo. O evento teve a promoção das secretarias municipais de Educação (Seduc); Direitos Humanos e Cidadania; Cultura, Esporte e Juventude.

A palestra contou também com a participação de especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC), Movimento Nacional da População de Rua e a Associação Dos Moradores do Bairro Novo Progresso II (Amonp).

O objetivo do seminário foi levantar discussões sobre o que leva a pessoa à viver em situação de rua e como o poder público tem trabalhado para dar visibilidade as pessoas que hoje estão nas ruas dos grandes centros. Assuntos como o desemprego, saúde e educação também foram pautados para cerca de 80 pessoas que estiveram no local. “Existem muitas pessoas que estão sem os direitos garantidos por lei. Queremos, nesses encontros, nos organizar e buscar o entendimento sobre o quanto essas populações, grupos e etnias sofrem nas ruas das grandes cidades brasileiras”, explica a coordenadora dos Projetos de Diversidade da Seduc, Edirléia Pádua.

Durante o debate foi feito um recorte sobre a cidade de Contagem e o número atual de moradores que vivem em situação de rua. De acordo com a pasta do Direitos Humanos do município, existem cerca de 700 moradores espalhados pela cidade. “Um dos principais pontos do encontro de hoje é também dar voz aos moradores em situação de rua para que eles possam contar as mazelas que eles vivem, e como podemos buscar políticas e ações para ajudá-los em suas vidas cotidianas”, destaca a cientista política da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Maria Zenó.

Também estiveram presentes no evento, cerca de 25 moradores em situação de rua que puderam acompanhar e falar um pouco sobre como é viver no espaço público, além disso eles deram sugestões de como o governo pode abraçar esse movimento que precisa de atenção nas ruas da cidade. “Eu moro na rua há cerca de 13 anos e o atual governo foi o único que vem nos dando voz e amparo para podermos seguir em frente com as nossas vidas. O meu sonho é poder voltar a trabalhar, ter um lar e família. Acredito que um dia terei a chance de realizar”, finalizou, o cozinheiro e morador em situação de rua, Agnaldo de Oliveira Araújo.

Reportagem: Leonardo Melo
Foto: Elias Ramos
Publicação: 21/05/2018