À comunidade escolar

Queridos dirigentes, professores, estudantes e familiares,

Estamos no mês de setembro, mês da Primavera e também da inclusão. Este mês é também conhecido como Setembro Verde.
Mas, por que setembro? E por que verde?

Durante o mês de setembro, são realizadas, em todo o Brasil, campanhas do Setembro Verde que convidam a sociedade a refletir sobre os direitos das pessoas com deficiência, sua luta e suas conquistas históricas.

As pessoas com deficiência precisaram se organizar, enquanto movimento social, para reivindicar seus direitos como cidadãos, inclusive o direito à participação na vida social, escolar e cultural em igualdade de condições com as demais pessoas, o chamado Movimento PCD (Pessoas com Deficiência).

Em 21 de setembro, comemoramos o Dia Nacional e o Dia Municipal, em Contagem, de Luta da Pessoa com Deficiência, instituído em 1982, com o objetivo de promover e debater a inclusão social.

Essa importante data foi oficializada pela Lei nº 11.133/2005.

A cor verde não é por acaso, e sim pelo seu significado. O verde representa a esperança, esperança de dias melhores para o país e para as pessoas com deficiência.
21 de setembro é também o Dia da Árvore, o que nos leva a pensar que uma sociedade acessível e inclusiva tem que ser sustentável em todos os aspectos. (CLIQUE AQUI).

Então, vamos falar de inclusão …

A avaliação do estudante é imprescindível para o planejamento pedagógico.

No processo de inclusão escolar dos estudantes com deficiência, é preciso que a equipe pedagógica conheça as características de cada estudante, a partir da escuta familiar, do processo de anamnese e da sua avaliação diagnóstica.

Já sabemos que a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) é quem vai ajudar nesse processo de investigação sobre o estudante.

É preciso estudar, ler e pesquisar para compreender e agir no processo de intervenção do estudante com deficiência.

A avaliação subsidia o planejamento das ações a serem desenvolvidas pela escola e pela professora especialista da Sala de Recursos Multifuncional e, também, pelos professores da sala regular.
Por meio dos dados coletados no processo de anamnese, em entrevista e escuta com a família do estudante, inicia-se a avaliação, que não serve apenas para mensurar o que o estudante não sabe, não dá conta de fazer, ou não conhece, pois vai muito além disso.

A avaliação detalha as competências de aprendizagem do estudante, suas dificuldades, no que tange aos processos cognitivos subjacentes aos diferentes conteúdos, bem como seus aspectos sociais, familiares, emocionais e escolares.

Constitui-se em um instrumento que permite a professora especialista identificar a situação da escola, da sala de aula e dos outros colegas em relação às condições favorecedoras e às barreiras de aprendizagem existentes para atender às necessidades educacionais de cada estudante, considerando seus interesses e dando-lhes uma resposta educativa adequada às suas possibilidades, favorecendo, assim, seu pleno desenvolvimento.

Estudo de caso

A professora especializada, por vezes, também realiza o estudo de caso dos estudantes com deficiência.

Tal estudo é desenvolvido pela professora especializada, com a participação do orientador pedagógico ou até mesmo de outros profissionais da escola. Tem como base diferentes fontes de dados, como a entrevista com os pais, dados do prontuário escolar do estudante, relatórios de profissionais da saúde; anamneses anteriormente realizadas etc.

É desejável que o estudo de caso seja realizado por uma equipe multidisciplinar.

Após a avaliação, a intervenção

Ao identificar as áreas comprometidas e as competências do estudante que podem ser exploradas e aprimoradas, a professora especialista planeja o atendimento especializado para o estudante, bem como desenvolve estratégias e recursos para instrumentalizar e orientar o professor da classe comum, os gestores da escola e a família, para que o educando tenha as melhores condições possíveis de acesso às atividades e ao convívio escolar, bem como aos conteúdos curriculares.

O Plano do Atendimento Educacional Especializado (PAEE) constitui-se em um roteiro de avaliação e intervenção pedagógica para estudantes que frequentam a Sala de Recursos Multifuncionais.

O Plano de Atendimento Educacional Especializado registra as informações a respeito da identificação do aluno, dados familiares que são importantes para contextualizar a sua situação na família, bem como a sua situação social e econômica.

Além disso, aborda a trajetória escolar do estudante, as experiências já vividas, as oportunidades que já teve e, também, a maneira como a escola está respondendo às suas necessidades. Aborda, ainda, a participação do estudante na família e as condições fornecidas pelos familiares, para que a aprendizagem aconteça. Em relação à escola, retrata como ela está organizada, sua condição de acessibilidade física e atitudinal, qual é a formação do professor que atua com o estudante na sala regular.

O PAEE avalia as condições do aluno, suas limitações, competências, dificuldades e habilidades, sua saúde geral, seus comprometimentos, como problemas de ausência, distração e comportamento.

Nele, encontram-se informações a respeito de exames médicos, laudos e avaliações diagnósticas, condição auditiva, visual, física, motora e comportamental.

Há avaliação das áreas cognitiva, motora e pessoal/social. Na área cognitiva, são avaliadas as competências e as dificuldades relacionadas aos aspectos perceptuais ligados à visão, audição, habilidade motora, tátil e sinestésica, além da noção espacial e temporal. É analisada, igualmente, a capacidade de manter atenção, seleção e manutenção de foco, concentração, compreensão de ordens e identificação de personagens. A memória é avaliada, considerando-se a memória auditiva, visual, verbal e numérica. A avaliação da linguagem analisará as potencialidades e as dificuldades apresentadas pelo estudante quanto à compreensão da língua oral, à expressão oral, à leitura, à escrita e ao uso de outros sistemas linguísticos (libras, comunicação alternativa, braile etc.) e de diferentes formas de representação simbólica.

Ainda na área cognitiva, é avaliado o raciocínio lógico do estudante, levando-se em conta a compreensão de relações de igualdade e diferença, o reconhecimento de absurdos e capacidade de conclusões lógicas; a compreensão de enunciados; a resolução de problemas cotidianos; a resolução de situações-problema, a compreensão do mundo que o cerca, a compreensão de ordens e de enunciados, a causalidade, a sequência lógica.

Quanto à avaliação da função motora, são consideradas as competências e dificuldades em relação à postura corporal e locomoção, manipulação de objetos e combinação de movimentos, lateralidade, equilíbrio, orientação espaço temporal e coordenação motora.

Já na área emocional, afetiva e social, é avaliado o estado emocional do estudante, sua capacidade de reação à frustração, se apresenta comportamentos característicos de isolamento ou medo; seu nível de interação, capacidade de cooperação e manifestação de afetividade ou agressividade.

Portanto, é função da professora especialista entender e analisar quais são as especificidades e heterogeneidades de cada estudante, conhecendo-o além da deficiência que apresenta, ou seja, analisando sua história de vida, sua família, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, suas habilidades, suas competências, suas dificuldades etc.

As habilidades desenvolvidas pelo estudante com deficiência nas salas multifuncionais são imprescindíveis para promover seu desenvolvimento global e contribuir para seu acesso ao currículo da classe regular. Favorecem a eliminação ou conseguem minimizar as barreiras de comunicação, compreensão, locomoção, entre outras que dificultam ou impedem a apropriação, pelo sujeito, dos conteúdos desenvolvidos pela escola.

O PAEE também subsidia o planejamento estratégico da professora da Sala de Recursos Multifuncional e descreve as estratégias e ações que serão desenvolvidas para orientar os gestores, os funcionários, os professores, as famílias e a comunidade escolar, em geral, no sentido de melhorar o espaço físico e as atitudes de cada um, para potencializar o processo de inclusão escolar.

Nós nos despedimos com uma frase para reflexão:

Todos aprendem! Os caminhos e os tempos da aprendizagem é que são diferentes.
#cuidem-se e até a próxima publicação!