Posts com a Tag ‘Racismo’

Estudantes caminham pelo combate ao racismo e a intolerância religiosa

Caminhada propôs dar voz a luta contra o preconceito racial

“O Brasil não conhece a África, mas a África sabe bem o Brasil. O Brasil não conhece a África. O Brasil não sabe bem o Brasil. Tá na cara, tá na veia, tá na cor. Tá no som do tambor….”, a letra da música Tanacara, de Gonzaguinha, reflete bem a miscigenação oriunda destes dois povos, porém, nem mesmo essa mistura é capaz de acabar com o racismo ainda existente em nossa sociedade.

Para tentar mudar essa questão, uma mistura de cores, harmonia e respeito marcaram a 5ª Marcha de Enfrentamento e Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa. Da praça Paulo Pinheiro Chagas até o Centro de Consultas Especializadas (CCE) Iria Diniz o que se viu e ouviu foram verdadeiros hinos de força e fé por um único ideal: pela tolerância, pela igualdade e respeito a religião de cada um.

O encontro reuniu centenas estudantes, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), grupos e cidadãos de uma maneira geral, que lutam por um país e uma cidade onde os direitos de todos sejam respeitados.

Segundo o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, essa mobilização serve para mostrar que Contagem diz não ao racismo e diz não a intolerância religiosa. “Estamos construindo uma cidade com políticas que afirmam a questão da identidade do povo negro e das religiões, de um povo que tem orgulho da sua origem e de uma autoestima elevada. Vamos dizer basta ao racismo, à intolerância, pois o povo negro está na nossa origem antropológica e faz parte da nossa raiz brasileira”, disse.

Reportagem: Daniel Paiva
Foto: Elaine Castro
Publicação: 22/05/2018

Educadores participam de debate sobre ações em prol a população em situação de rua

Especialistas de diversos órgãos e moradores em situação de rua expuseram sobre o tema

Dando sequência aos debates relacionados à “Semana de Enfrentamento e Combate ao Racismo” foi promovido, no Centro Universitário Una, seminário que abordou a igualdade racial trabalhando o tema relacionado a população em situação de rua e as múltiplas faces do racismo. O evento teve a promoção das secretarias municipais de Educação (Seduc); Direitos Humanos e Cidadania; Cultura, Esporte e Juventude.

A palestra contou também com a participação de especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC), Movimento Nacional da População de Rua e a Associação Dos Moradores do Bairro Novo Progresso II (Amonp).

O objetivo do seminário foi levantar discussões sobre o que leva a pessoa à viver em situação de rua e como o poder público tem trabalhado para dar visibilidade as pessoas que hoje estão nas ruas dos grandes centros. Assuntos como o desemprego, saúde e educação também foram pautados para cerca de 80 pessoas que estiveram no local. “Existem muitas pessoas que estão sem os direitos garantidos por lei. Queremos, nesses encontros, nos organizar e buscar o entendimento sobre o quanto essas populações, grupos e etnias sofrem nas ruas das grandes cidades brasileiras”, explica a coordenadora dos Projetos de Diversidade da Seduc, Edirléia Pádua.

Durante o debate foi feito um recorte sobre a cidade de Contagem e o número atual de moradores que vivem em situação de rua. De acordo com a pasta do Direitos Humanos do município, existem cerca de 700 moradores espalhados pela cidade. “Um dos principais pontos do encontro de hoje é também dar voz aos moradores em situação de rua para que eles possam contar as mazelas que eles vivem, e como podemos buscar políticas e ações para ajudá-los em suas vidas cotidianas”, destaca a cientista política da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Maria Zenó.

Também estiveram presentes no evento, cerca de 25 moradores em situação de rua que puderam acompanhar e falar um pouco sobre como é viver no espaço público, além disso eles deram sugestões de como o governo pode abraçar esse movimento que precisa de atenção nas ruas da cidade. “Eu moro na rua há cerca de 13 anos e o atual governo foi o único que vem nos dando voz e amparo para podermos seguir em frente com as nossas vidas. O meu sonho é poder voltar a trabalhar, ter um lar e família. Acredito que um dia terei a chance de realizar”, finalizou, o cozinheiro e morador em situação de rua, Agnaldo de Oliveira Araújo.

Reportagem: Leonardo Melo
Foto: Elias Ramos
Publicação: 21/05/2018

Sala de aula vira espaço para debater o combate ao racismo

O assunto gerou diversos debates entre os estudantes do 7º ao 9º ano.

O combate ao racismo é um tema bastante difundido dentro da sociedade e tem levantado debates em todas as esferas. Pensando em trazer o assunto para as salas de aula, uma professora de português convidou um ex-aluno, que hoje faz militância pelas redes sociais, para dialogar com estudantes da Escola Municipal Padre Joaquim de Souza Silva, da Regional Ressaca.

Tudo começou com a professora Giselle Moreira Silva Gomes, que trabalhou com os seus estudantes uma resenha crítica sobre o filme Pantera Negra, da Marvel. A professora observou que os alunos tinham certa dificuldade em poder expressar sobre o que era racismo. Eles não conseguiam definir as causas e como aconteciam atos racistas em nossa sociedade.

Dessa forma, por conhecer o trabalho que é feito pelo ex-aluno, e sua militância, Giselle convidou o cantor e modelo, Luís Henrique Saldanha, ou Lúh Henry como gosta de ser chamado, para debater o tema com os alunos do 7º ao 9º anos. “A ideia do nosso trabalho é o empoderamento negro e combate ao racismo. Queremos que cada jovem mantenha a sua identidade sem ter vergonha do que são e de onde vem”, destaca Giselle Moreira.

Por ser um debate amplo e o filme ter dado uma certa abertura para o processo de aprendizagem do assunto, Lúh Henry conversou com os alunos sobre a importância de que cada um deles se aceite, da forma como são, e não tenham vergonha de se expressarem, de acordo com aquilo que acreditam ou pensam. “Eu quero poder ajudar na formação e aceitação de pensamento de identidade que cada criança ou adolescente deve ter sobre si. Hoje sabemos que o racismo está enraizado em muitas situações no mundo cotidiano e o primeiro passo para mudarmos isso é por meio da educação. Levar debates para dentro da sala de aula é plausível e forma o cidadão”, finalizou.

Reportagem: Leonardo Melo
Fotos: Newton de Castro Resende
Divulgação: 26/04/2018

Conhecimento da história para combater o racismo e a intolerância

Projeto que abrange a ligação do Brasil com a África foi lançado em Contagem.

O lançamento do projeto “Conhecendo Nossa História: da África ao Brasil” tem o objetivo é capacitar educadores da rede municipal para trabalhar a história e temas referentes à cultura afro-brasileira como forma de combate à intolerância e ao racismo. Surgiu de uma parceria da prefeitura, por meio das secretarias Municipais de Direitos Humanos e Cidadania e Educação, com a Fundação Cultural Palmares (FCP) e o Ministério da Educação (MEC). 

De início, foram disponibilizados pela FCP o livro paradidático “O que você sabe sobre a África?” e a revista de passatempos customizada Coquetel “Cultura negra: um patrimônio de todos”. Os professores serão capacitados pela Fundação para aplicar o conteúdo em sala de aula com os temas pertinentes à cultura afro-brasileira como racismo, religião, artes, história, culinária e costumes.

Na solenidade de lançamento do projeto, o vice-prefeito William Barreiro ressaltou a tradição do município, que teve a primeira comunidade quilombola reconhecida como patrimônio imaterial de Minas Gerais. “Contagem tem muita riqueza da cultura afro, sendo berço dos Arturos, que até hoje mantêm as tradições do seu povo. Temos uma dívida social imensa com os negros e esse é mais um passo que a cidade dá para combater o racismo e a intolerância, começando dentro das escolas”, disse.

Para o presidente da FCP, Erivaldo Oliveira, é fundamental promover a harmonia entre as culturas. “Minas tem uma tradição muito forte e belíssima de muita religiosidade e comunidades quilombolas, é preciso fortalecer isso. Nosso projeto visa, além de conhecer e identificar os aspectos culturais afro-brasileiros, contribuir para diminuir a intolerância e o preconceito. Só disseminando informação e conhecimento conseguiremos avançar no combate ao racismo”, afirmou.

O coordenador de Promoção da Igualdade Racial do Município, Diego Moreno de Assis e Santos, destacou que o projeto agrega conteúdo ao Plano Municipal de Igualdade Racial, com enfoque na educação. “Reforçar o conhecimento dos traços culturais e religiosos no ensino fundamental é uma das nossas ações prioritárias. É preciso plantar a semente para os próprios alunos serem multiplicadores no futuro ”, destacou.

Reportagem: Vanessa Trotta
Foto: Elaine Castro

Conferência Municipal debate igualdade racial em Contagem

Secretaria de Educação vai apresentar propostas de combate ao preconceito e discriminação.

A IV Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial terá como tema “O Brasil na Década do Afrodescendente: Contagem Promovendo a Igualdade Racial – Por Nenhum Direito a Menos”. O evento vai contar com a participação de autoridades do estado. Será realizado nesta sexta-feira (28) e sábado (29) e na Faculdade UNA (avenida João César de Oliveira, 5.775, bairro Beatriz).

Durante os dois dias haverá palestras, formação de grupos de trabalho, eleição de delegados municipais que representarão o município na etapa estadual, além de apresentação de propostas e debates.

Profissionais da Secretaria Municipal de Educação vão apresentar propostas que promovam o combate e enfrentamento ao racismo e qualquer forma de discriminação. Ainda serão apontadas as políticas públicas em relação às leis 10.639 e 11.645 que estabelecem o ensino da cultura afro-brasileira no currículo escolar. “O princípio de combate a qualquer tipo de preconceito passa pela educação. A educação tem a função de fomentar, articular e orientar as crianças, jovens e adultos a fim de uma sociedade mais justa”, afirmou a gestora educacional Edirléila Leite.

As propostas aprovadas terão caráter propositivo e serão dirigidas ao governo estadual. A partir de cada eixo temático será definido o papel do Estado na implementação e execução da Política de Promoção da Igualdade Racial.

De acordo com o coordenador municipal de Promoção da Igualdade Racial, Diego Moreno, a IV Conferência Municipal faz parte de um conjunto de ações afirmativas com o objetivo de reafirmar e ampliar o compromisso governamental e da sociedade com políticas de enfrentamento ao racismo.“Esses fatores são essenciais à democracia plena e ao desenvolvimento com justiça e equidade social”, destacou.

Reportagem: Carol Cunha e Júlio César Santos
Arte: Divulgação

Marcha de combate ao racismo e intolerância religiosa mobiliza estudantes de Contagem

Aproximadamente 1000 estudantes de escolas municipais foram às ruas pelo fim do preconceito

A marcha de enfrentamento e combate ao racismo e intolerância religiosa contou com a presença de 18 escolas da rede municipal de ensino. Aproximadamente mil estudantes percorreram as ruas de Contagem pedindo o fim do preconceito. A concentração foi na praça Paulo Pinheiro Chagas no bairro Novo Eldorado. De lá, os manifestantes seguiram para a praça Iria Diniz. Eles ocuparam todas as pistas da avenida Firmo de Matos, uma das principais vias da cidade.

Os estudantes foram para a manifestação com faixas e cartazes. As turmas da Escola Municipal Professora Ana Guedes Vieira colocaram a fanfarra na rua. Durante todo o ano, são aplicados em sala de aula, conceitos que propõem a tolerância racial e religiosa, a valorização da raça e o respeito à adversidade. Segundo a diretora da escola, Eunice de Melo Sá, os debates desencadeiam mudanças nos estudantes. “É perceptível que quanto mais debatemos esses temas, mais os estudantes enxergam os colegas com mais respeito. Também tem sido raro os problemas com bullying”, exclamou Eunice.

O combate ao racismo e intolerância religiosa são temas debatidos com frequência nas escolas municipais. A lei federal 10.639/2003, determina que as instituições de ensino incluam no currículo a história e cultura afro-brasileira. “Essa mobilização nas escolas é uma forma de conscientizar os nossos estudantes a construir uma sociedade justa e igualitária”, explicou Erdiléia Paiva, formadora educacional da Secretaria Municipal de Educação.

Essa é a quarta vez que acontece a marcha de combate ao racismo e intolerância religiosa na cidade. Além dos estudantes, o ato contou com grupos culturais e integrantes religiosos de diversos segmentos.

Reportagem: Júlio César Santos
Fotos: Ricardo Lima