Projeto de Educação Física Inclusiva em parceria com o Circuito Inclusão Solidária promove integração de estudantes com deficiência nas escolas

O estudante da Escola Municipal Eli Horta Costa, João Vitor Candido, de 13 anos, pôde comemorar seu aniversário de forma lúdica na última sexta-feira (26/4), que coincidiu com a atividade do Projeto de Educação Física Inclusiva em parceria com o Circuito Inclusão Solidária na própria escola localizada na Regional Sede. João Vitor é autista clássico, raramente se interage com outras crianças, mas nesse dia, com a chegada dos brinquedos inclusivos, como o balanço e o skate, ele ficou bastante interessado em participar.

Primeiro, ele acompanhou de longe as outras crianças brincarem, meio desconfiado, mas bem curioso. Aos poucos, foi cedendo e chegando perto para se divertir à sua própria maneira com o parque inclusivo. Ao final, surpreendeu a todos que o acompanhavam mostrando sua felicidade através dos sorrisos espontâneos. Assim como João Vitor, quase 50 estudantes com deficiência somente na E. M. Eli Horta puderam se divertir e participar do projeto de Educação Física Inclusiva junto com os outros alunos da escola.

Foi uma grande festa para todos. O estudante Arthur Ramos, 12 anos, também participou do circuito com os brinquedos. “Achei muito interessante porque geralmente nossos colegas com deficiência não podem brincar com a gente e hoje brincamos todos juntos”, disse.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Sueli Baliza, o projeto cria para os alunos que não têm condições normalmente de participar de atividades da educação física, nos vários equipamentos que são apresentados. “O uso dos brinquedos adaptados com a orientação dos professores faz com que todos os alunos possam de forma igual participarem do está que sendo proposto na escola. É para nós da Educação uma experiência muito importante. Estamos muito felizes e satisfeitos com essa parceria com o Circuito Inclusão Solidária e acreditamos que as escolas estão esperando ansiosas para que possam também compartilhar. Essa foi a primeira para a qual levamos o projeto, a partir de então cada escola polo participará junto conosco”, afirmou.

A diretora e a vice da E. M. Eli Horta Costa, Márcia Rocha e Marluce Machado, acolheram o projeto com grande satisfação. “Enquanto dirigentes da escola, sempre falamos que só fazemos aquilo que acreditamos e por isso abraçamos essa causa. A escola não pode hoje só garantir uma matrícula, ela tem que incluir de verdade e nós estamos buscando esse caminho. Aqui os estudantes com deficiência se sentem integrados em todas as atividades e receber esse projeto hoje é uma conquista não só para a escola, mas para a rede como um todo, principalmente, para essas famílias que depositam a confiança em trazê-los aqui, tendo a certeza que aqui estão  felizes e fazem parte da nossa escola”, disseram.

Educação Física Inclusiva

O objetivo do Projeto de Educação Física Inclusiva é possibilitar que estudantes com deficiência da Rede Municipal de Ensino participem das aulas de Educação Física junto com todos os alunos da escola por meio de três eixos: jogos e brincadeiras, práticas corporais e esportes adaptados. Em relação aos jogos e brincadeiras, a parceria com o Projeto Circuito Inclusão Solidária leva para as escolas, brinquedos inclusivos: balanço, skate e tirolesa.

Segundo a Superintendente de Projetos Especiais da Seduc, Ludmilla Skrepchuk Soares, o projeto será desenvolvido buscando estimular as práticas corporais, trabalhando a motricidade, equilíbrio, força e elasticidade, bem como esportes adaptados em várias modalidades. “O principal objetivo é a inclusão de fato desses alunos, pois além das atividades inerentes às aulas de Educação Física, o projeto contribui também para a valorização da auto-estima e a socialização do estudante com deficiência”, disse.

Conforme explica o professor de Educação Física e coordenador técnico do Projeto de Educação Física Inclusiva, Calazans Junio da Silva, é preciso proporcionar a esses estudantes a equidade nas aulas de educação física. “Procuramos dar as mesmas oportunidades aos estudantes, principalmente o brincar junto, resgatando o lúdico, saindo da obrigatoriedade de se trabalhar apenas o esporte nas aulas, propiciando dessa forma a integração da turma.”, disse.

A presidente do Instituto Circuito Inclusão Solidária, Débora Batista, ressalta que trazer esses brinquedos inclusivos para dentro das escolas traz um novo olhar para o brincar que é tão importante independente da idade. “Normalmente na vida de uma pessoa com deficiência o que mais ela tem é tratamento e pouca diversão. Então os brinquedos proporcionam isso: o brincar sem sair do tratamento. É uma pausa na terapia da vida dessas pessoas, que é uma vida tão corrida. Os brinquedos trazem a inclusão real. O estudante que não tem deficiência vê que pode brincar com o outro e ser igual, que não tem diferença.”, afirmou.

Cronograma

O parque inclusivo será realizado em uma escola polo de cada regional da cidade, uma vez por mês. A próxima escola a receber o projeto será a Escola Municipal Coronel Joaquim Antônio da Rocha, na Regional Ressaca, no dia 24 de maio (sexta-feira), das 8h às 17h. Endereço: Rua Diamante, 930, bairro São Joaquim.