Professores incentivam e aguçam a criatividade de estudantes na produção literária

Nathan, estudante de Contagem, escreve o livro “A Formiga Andante”

Descobrir talentos na arte da escrita é um papel importante do professor. Sua função além de educar é dar incentivo e mostrar ao educando o quanto ele pode desenvolver projetos que visam o bem comum na comunidade. Dessa maneira, os professores da Escola Municipal Prefeito Sebastião Camargos, no bairro Granja Vista Alegre, em Contagem, trabalham com programas de cunho pessoal e levam o conhecimento além da sala de aula.

Descoberta do potencial de Nathan

Os educadores perceberam que o menino do 3ª ano do ensino fundamental, chamado Nathan Parreiras Faria, de apenas 8 anos, trabalhava a escrita com cuidado e usava desenhos variados para expressar situações cotidianas. A professora que leciona na turma, Carla Constâncio, viu o potencial que ele podia ter e deu-lhe autonomia para que criasse uma fábula chamada “A Formiga Andante”. A história conta a aventura do inseto que tenta pegar um doce para levar ao formigueiro. “Eu procurei conhecer o aluno. Fui conversar com seus pais, tentei conhecê-lo melhor, e passei a incentivá-lo e aguçar a sua criatividade com o objetivo de dar o aval na produção de um livro”, conta a professora.

Casos de estudantes muito silenciosos em sala de aula são relatados por diversos profissionais nas redes de ensino. E assim é Nathan em classe, silencioso e atento. “Através do silêncio do aluno eu pude perceber o quanto ele gosta de ler e escrever. Isso só foi descoberto quando eu o vi trabalhando numa história infantil. Foi então que vimos que ele tinha potencial para algo maior do que ele vinha produzindo”, disse. A pedagoga também justifica que crianças desinibidas podem não produzir tais projetos comparados com garotos (as) tímidas.

Jovens como Nathan são reconhecidos por professores e alunos em diversas escolas espalhadas pelo país. Casos assim servem como espelho para a produção e criação de conteúdo nas redes de ensino. O profissional da educação deve ficar atento ao que os seus alunos produzem ou querem fazer. É importante que quem leciona participe do dia a dia do aluno na escola. A dedicação deve existir para aprimorar o aprendizado.O livro foi feito em parceria com professores da escolas e já foram distribuído 30 exemplares.

A pedagoga Regiane Martins destaca que surgem trabalhos inusitados, inovadores e que essas ideias devem ser difundidas. Ela acredita que cada aluno possui potencial para criar e mostrar trabalhos como o do livro. “As próximas gerações desta escola vão usar o exemplo do Nathan. Eu percebo que a comunidade foi tocada pelo trabalho dessa criança”, explicou.

A importância da presença dos pais deve estar atrelada ao trabalho dos filhos. A mãe do Nathan, Luyza Richelly, dona de casa, confirma que o apoio para os estudos veio de dentro da sua casa. O incentivo de estudar deve vir também dos pais. Ela conta que controla os horários para atividades fora da escola, pois acredita que fazendo isso influencia o filho a estudar e exercitar a mente para a criação de novos projetos. “O trabalho em casa é fundamental para o desenvolvimento das crianças na escola”.

Reportagem: Leonardo Melo
Fotos: Elias Ramos